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Centro Rosenthal de Arte Contemporânea: entenda as referências dessa obra

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O Centro Rosenthal de Arte Contemporânea é um belo exemplar da Arquitetura Desconstrutiva e da obra de Zaha Hadid, considerada a arquiteta mais famosa do mundo.

A obra tem destaque em meio a outros edifícios no centro da cidade de Cincinnati — Ohio, nos EUA. Sua arquitetura imponente e arrojada não intimida quem está passando pelo local, mas sim convida a entrar e a conhecer o que é exposto.

Quer saber um pouco mais da história do Centro, quem o projetou e quais foram as referências usadas no projeto? Então, não deixe de ler o artigo!

Sobre o Centro Rosenthal de Arte Contemporânea

O Centro foi criado em 1939 e foi um dos primeiros a representar o movimento contemporâneo de artes visuais nos Estados Unidos.

A partir de meados da década de 1960, o CAC — sigla para Contemporary Arts Center (ou Centro de Artes Contemporâneas, em português) — era localizado em um edifício comercial no centro de Cincinnati. Apesar da excelente localização e de toda a movimentação das ruas, a organização era imperceptível aos olhos de quem passava pelo local, provocando uma série de discussões acerca da estrutura antiga.

Em 1997, as discussões sobre um novo espaço resultaram no lançamento de um concurso de projetos, e, entre 97 projetos inscritos, os projetos de Zaha Hadid, Daniel Libeskind e Bernard Tschumi foram escolhidos como os finalistas.

A apresentação conceitual do projeto foi o fator decisivo para a escolha da vencedora. A proposta de Hadid foi eleita pela inovação e complexidade que ela alcançou. As galerias independentes e de volumes variados, combinadas com o concreto em traçados dinâmicos, garantiram a vitória para a arquiteta.

Além disso, o Centro foi pensado com base em dois conceitos: a ideia era criar uma espécie de “tapete urbano” ao mesmo tempo em que se recriasse um “quebra-cabeça”, no plano exterior e interior do edifício. Esses elementos cruciais tornam o museu intrigante e, ao mesmo tempo, funcional.

O terreno tem 1022 m², a área construída totaliza 8687 m² e o espaço destinado às exposições compreende mais de 1527 m², distribuídos em 7 níveis. O projeto foi concluído em 2001 e o Centro foi aberto ao público em março de 2003, dando espaço a exposições temporárias, escritórios, áreas de preparação de arte, loja e ambientes de convivência. Com a reabertura, o novo nome do Centro foi escolhido em homenagem a dois dos maiores incentivadores: Lois and Richard Rosenthal.

Sobre Zaha Hadid

Nascida em Bagdá, a arquiteta iraquiana Zaha Hadid, era formada em Matemática e iniciou seus estudos em arquitetura na Architectural Association de Londres, logo após se formar, em 1972.

Em um segmento dominado por homens, há 13 anos, Zaha foi a primeira mulher a ganhar o prêmio Pritzker, considerado o Oscar da arquitetura. Recebeu, também, homenagens da Ordem do Império Britânico, inclusive tendo recebido o título de Dama do Império Britânico. A arquiteta ganhou inúmeros concursos de design e desenhos arquitetônicos pelo mundo, incluindo um edifício para as Olimpíadas de Londres.

Representantes do desconstrutivismo, seus trabalhos são reconhecidos pela qualidade dos traços, pela inovação nas formas, pelo aproveitamento dos mais diversos tipos de materiais e pela aplicação conceitual singular. Zaha contribuiu, também, para o mundo das artes e da moda, com parcerias com grandes marcas, como Melissa, Louis Vuitton e Lacoste.

O projeto que a levou aos holofotes foi o do Corpo de Bombeiros de Vitra Campus (Alemanha), concluído em 1993. O Vitra Campus é considerado um paraíso para designers e arquitetos.

O local reúne milhares de obras de design e construções assinadas pelos arquitetos mais conceituados do mundo. Em 1981, um incêndio devastou grande parte do campus e todo o plano diretor foi redesenhado, contando com a obra de uma estação do corpo de bombeiros, para evitar outros incidentes. O projeto é o primeiro exemplar da arquitetura de Zaha nos moldes que conhecemos hoje, com uso do concreto no estilo desconstrutivista.

Entre os projetos mais famosos estão: o Terminal Hoenheim-North (França), o edifício central da BMW, em Leipzig (Alemanha), a Ópera de Guangzhou (China), o Museu de Artes do Século XXI (Itália), o Centro de Esportes Aquáticos Olímpicos (Reino Unido) e o Centro Heydar Alyiev (Azerbaijão).

Aos 65 anos, Zaha Hadid faleceu em março de 2016, após sofrer um ataque cardíaco, deixando um legado inspirador para os arquitetos contemporâneos.

Sobre os traços do projeto

1. Estilo desconstrutivista

O museu, bem como outros projetos de Zaha, seguem o movimento desconstrutivista, derivado da corrente do construtivismo russo. A tendência pós-moderna, que contrapõe regras do modernismo, implica na fragmentação controlada de blocos e na criação de espaços não lineares.

A “destruição” de estruturas comuns permite a projeção de novas galerias e de novos espaços de exposição, dando mais conforto a quem confere as obras e harmonizando com o dinamismo e com a imprevisibilidade do movimento contemporâneo das artes visuais.

Além de aproveitar a área do terreno, o estilo possibilitou o efeito de levar o público para dentro do centro, em um ambiente urbano e atual, e em “direção ao céu”. Os sete níveis, contando com o subsolo, estão integrados por escadas e rampas que conectam as galerias em diferentes camadas em um movimento sempre ascendente.

2. Visão exterior

O prédio está localizado em uma esquina, formando, assim, duas fachadas distintas. A fachada sul — 6th Street —, tem um fragmento translúcido que permite o contato de quem está fora do prédio com o interior, além de mais outros dois fragmentos, em concreto e painel metálico, que formam uma ondulação, garantindo aspecto fluido e dinâmico.

Já a fachada leste — Walnut Street —, garante a forma do interior da galeria, apresentando-se como um negativo da estrutura física das galerias.

fonte: http://www.contemporaryartscenter.org

3. Decoração interior

Começando pela entrada, o conceito de “tapete urbano” é aplicado em um ambiente amplo que convida o público a conhecer mais a exposição e o Centro. O piso de concreto aparente do lobby e a parede traseira, também de concreto, são conectados e formam uma superfície curva contínua.

As escadas de aço em ziguezague sugerem um movimento de ascensão contínuo até o último nível, conectando os “blocos” de concreto e dinamizando a descoberta das exposições.

Os andares superiores são como quebra-cabeças tridimensionais, formando espaços vazios e outros preenchidos. As várias faces, que formam as galerias, configuram um espaço que parece ser esculpido de um grande bloco de concreto.

4. Materiais

Zaha aplicou concreto, painéis metálicos pretos e vidro na fachada e trabalhou com as diferentes formas para compor o efeito desconstruído. Usando o material como protagonista da construção, a arquiteta aproveita a simplicidade e a modernidade do elemento para trabalhar com a volumetria do espaço.

O resultado final é um prédio funcional, que acolhe perfeitamente o Centro Rosenthal de Arte Contemporânea e dá vida às exposições, trazendo a cidade para dentro da construção.

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